segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sou Avó, vivo sozinha







Meu Avô disse-me um dia,

Quis deixar-me avisada,
Que fosse pobre e honesta,
E não rica e desgraçada.


Quando eu andava na escola,
Estudava à lareira,

A minha Avó coitadinha,

Estava sempre à minha beira.



Ó minha Avó, minha Avó,

Ó minha querida Avózinha,

Quantas vezes tiraste da tua boca,

Para meteres na minha.



Há tantas Avós neste mundo,

Cheios de filhos e netinhos,

Vivem abandonados,

Sem amor e carinho.



Os filhos dizem aos Pais,

Que por eles não podem olhar,

O que têm a fazer,

É coloca-los num Lar.



É triste ser velho,
E viver na solidão,

Dentro de quatro paredes,

Vivendo na escuridão.



Eu sei que vou morrer,

E não tenho nada meu,

Só peço a Deus que me dê,

Um cantinho no Reino do Céu.



Deolinda Costa 89 anos

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